segunda-feira, 25 de outubro de 2010

REVOLUÇÃO DE 1848 NA ÁUSTRIA

A revolução no império austríaco foi favorecida pelo enfraquecimento da monarquia, pelo desenvolvimento de uma corrente liberal no seio da sociedade burguesa e aristocrática de Viena e pela reivindicação de um reconhecimento dos povos de idioma não germânico: poloneses, tchecos, romenos, croatas, italianos do norte e principalmente os húngaros, que dispunham de um governo.
O movimento austríaco contra o regime absolutista de Fernando I e seu braço-direito, o príncipe de Metternich, que governava havia trinta anos, eclodiu em Viena com manifestações de rua e barricadas. No dia 13 de março de 1848, tumultos na Áustria liderados pela burguesia insuflaram a assembléia da Baixa Áustria a marchar para o palácio de Hofburg, obrigando o chanceler Metternich a fugir para a liberal Inglaterra. Foi formado um governo liberal, e a Assembléia Constituinte reunida em julho votou a abolição dos direitos feudais, conforme já ocorrera na Alemanha. O imperador Fernando I foi obrigado a aceitar uma Constituição, o parlamentarismo e a emancipação do campesinato. O Parlamento passou a ser eleito pelo sufrágio universal, várias instituições feudais foram abolidas, teve fim a censura à imprensa e formou-se uma guarda nacional para a defesa das reivindicações liberais.
A burguesia austríaca, entretanto, não soube conservar sua revolução. A aristocracia retomou o poder, liderada pelo novo chanceler, o príncipe de Schwartzenberg. O exército e o chanceler Schwartzenberg retomaram Praga e Viena, e obrigaram Fernando I a abdicar em nome de seu filho Francisco José I, então com 18 anos. Dissolvido o parlamento, os liberais foram perseguidos, as reformas abolidas e o absolutismo restaurado.
Checos e húngaros, que viviam sob o domínio austríaco, aproveitando-se das modificações ocorridas na Áustria, levantaram-se em revoluções de libertação nacional, apoiada por todas as classes sociais. Mas, estabilizada a situação na Áustria com a restauração do absolutismo, os exércitos austríaco e russo esmagaram essas revoluções.
A decisão de enviar tropas contra a revolução na Hungria, em outubro, deu origem a novo levantamento popular, reprimido em menos de um mês. O ciclo revolucionário só foi encerrado em 1852, com o restabelecimento do absolutismo monárquico.

Allan, nº30, 2ºC

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