segunda-feira, 25 de outubro de 2010

REAÇÃO CONSERVADORA

A inexperiência política do governo não satisfazia nem as reivindicações dos mais radicais nem as inquietações dos mais conservadores. Mas era principalmente a crise econômica que agravava a inquietude de todos os operários. A falta de mercados para vender seus produtos, o aumento dos impostos, o marasmo econômico, aliado às agitações políticas e à fraqueza e hesitação do governo, provocavam pesadelos no mundo dos negócios.
Diante do "perigo vermelho", a burguesia se preparou. Em 23 e 24 de Abril de 1848, ocorreram eleições para a formação de uma Assembleia Constituinte. O Governo Provisório cessou as suas funções e deu lugar a uma comissão executiva de cinco membros, onde de novo figurava Lamartine. Os socialistas e os republicanos concorriam, mas faltava-lhes organização em nível nacional e sua influência estava quase que restrita a Paris. Já o Partido da Ordem, que representava todos os homens preocupados com a defesa da propriedade, tinha influência nacional, pois se apoiava nos notáveis das cidades e aldeias rurais da França, um imenso país de camponeses. O Partido da Ordem elegeu 700 deputados, alguns favoráveis à monarquia e outros republicanos moderados. Os republicanos radicais e os socialistas não conseguiram eleger nem 100 deputados. Em Junho, Proudhon foi eleito para a Assembléia Nacional Constituinte, onde não conseguiu se fazer ouvir. Sua experiência na Assembléia Nacional selaria sua convicção anarquista de que "o sufrágio universal é a reação", por representar a soma de interesses privados, contrários ao bem comum. A assembléia constituinte foi o primeiro órgão legislativo francês que teve os membros eleitos por sufrágio universal.

Matheus Pires, nº18, 2ºC

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